Precificar, como o próprio nome já diz, significa colocar preço em algo. Parece simples e um tanto quanto óbvio. Mas a verdade é que precificar algum produto ou serviço não é fácil. Muito mais do que estipular um valor para a venda, o preço carrega consigo um equilíbrio para tornar sua venda interessante e viável tanto para a empresa quanto para o cliente.
Quando falamos de precificação viável e interessante para a empresa não há como não pensar em lucro. Obviamente precificação e lucro estão conectados pelo fato de que sem uma precificação correta, o lucro não existirá. Para que o lucro seja alcançado, é vital que a empresa cumpra algumas etapas a fim de garantir um preço competitivo e, claro, preservar a saúde financeira do negócio.
No artigo de hoje, preparamos orientações objetivas sobre como o processo de precificação pode ocorrer de forma adequada no seu negócio.
Existem basicamente três formas de precificação e elas podem ser acrescidas de algumas variáveis de acordo com a necessidade de cada empresa, vamos abordar cada uma delas abaixo e depois as variáveis mais usadas e como elas se aplicam a cada forma de precificação. Ressaltamos que estamos estruturando este conceito com base na utilização de um sistema de gestão, afinal, sem possuir um sistema de gestão não é possível gerenciar os preços e automatizar a venda de seus produtos.
1ª forma: Precificação individual
A precificação individual, apesar de pouco produtiva, ainda é utilizada como a principal maneira de atualização de preços em diversas empresas, gerando erros de atualização e trabalho desnecessário. Ela consiste basicamente em pesquisar e alterar os preços no sistema de gestão um item por vez, usando como base uma relação de preços que pode ter como origem uma entrada de notas, um pedido de compras ou até mesmo uma pesquisa de preços concorrentes.
Este modo de alteração deve ser utilizado somente em correções pontuais de preços, e não como modo principal. Para as alterações mais frequentes, recomendamos outras formas mais produtivas, com a precificação por entrada de notas.
2ª forma: Precificação pela entrada de notas
Este método de precificação é o mais indicado e o mais utilizado pelas empresas para atualização de seus preços. Ele consiste basicamente em utilizar a relação de itens que tiveram seus custos atualizados pelo lançamento de uma nota fiscal no sistema de gestão.
Considerando que o custo do produto foi calculado levando em conta todas as variáveis de impostos, descontos e despesas, o preço de venda pode ser calculado com mais agilidade e segurança. O principal problema encontrado pelas empresas para a utilização deste modo de precificação é que as notas fiscais precisam ser lançadas no sistema de gestão antes da precificação ser realizada, pois somente após seu lançamento os custos serão calculados de forma correta.
Esta dependência no processo faz com que empresas menos organizadas optem por realizar a precificação individual de itens. Se olharmos de modo mais atento para esta situação, veremos que lançar as notas no sistema de gestão e utilizar suas informações para atualização de preços é menos trabalhoso se comparado ao de realizar a atualização de preços de um item por vez.
3ª forma: Atualização de preços pelo pedido de compra
Esta forma de atualização de preços, apesar de ser bem interessante, não é muito utilizada pelas empresas no segmento varejista devido a algumas peculiaridades.
A atualização de preços pelo pedido de compra consiste em atualizar o preço de venda dos itens baseado nos preços que foram colocados nos pedidos de compra, antecipando o ajuste do preço antes da mercadoria chegar efetivamente. Por este motivo depende que a empresa realize o lançamento dos pedidos de compra no sistema de gestão, o que ainda é pouco realizado nas empresas de pequeno e médio porte do setor varejista.
Corrigir o preço de vendas de forma antecipada pode lhe dar uma vantagem sobre o preço praticado no mercado, subindo itens que se tem em estoque antes que uma alta de preços aconteça ou segurando preços quando uma queda de preços ocorra. Porém esta prática traz consigo um problema, caso os itens do pedido não sejam entregues, seus preços serão corrigidos mesmo sem a mercadoria ter chegado, podendo ocorrer defasagem até que eles sejam comprados novamente.
Variáveis de precificação
Estes são os principais modos de precificação. Agora veremos as duas variáveis que comumente são associadas a estes modos de precificação.
Variável 1: Utilizar sugestão de preços para atualização
Quando se tem o preço de custo calculado pela entrada de notas ou um pedido de compras, pode ser utilizar uma margem pré-cadastrada para que o sistema de gestão sugira o preço de venda a ser praticado.
Este recurso é bem interessante, pois garante que os preços seguirão uma margem previamente estabelecida sem grandes variações no preço final, e facilita muito o processo de atualização, visto que o trabalho de calcular os preços de venda é feito pelo sistema de gestão.
Tal recurso é bastante utilizado pelas empresas varejistas combinada a atualização de preços pela entrada de nota, mas também pode ser aplicada em conjunto com a atualização individual de preços e a atualização por pedidos de compra.
Variável 2: Utilizar custo médio para precificação
O cálculo de preço de custo médio leva este nome, porque além de considerar todas as variáveis do cálculo tradicional, ele considera o estoque no momento, o preço pago pelo o que já foi recebido, a quantidade de mercadoria que está sendo recebida e o preço que esta mercadoria nova está vindo.
A quantidade existente em estoque para o item é somada à quantidade que está sendo recebida, e o preço atual do item é somado ao preço novo da mercadoria que está entrando. Após a soma destes valores, o valor total dos dois preços é dividido pela soma total das duas quantidades, gerando assim um preço médio. Este preço médio de custo, por sua vez, substitui o preço de custo tradicional na formação de preço de venda.
Desta forma, caso o novo preço oscile muito para cima ou para baixo, o preço final não sofre grandes variações, não gerando prejuízo ao comercializar o estoque existente que seja anterior a nova quantidade que entrou.
Trabalhar com o custo médio é um recurso bastante interessante, mas sua prática é pouco utilizada nas empresas varejistas, pois depende de que o estoque do item esteja correto no sistema de gestão que irá calcular o preço de custo médio. Como a maioria das empresas do segmento não possui um estoque confiável, acaba inviabilizando sua utilização.
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