Apesar da crise econômica desencadeada pela pandemia de Covid-19, as vendas de produtos de beleza e higiene tiveram alta. Desde o repentino e cotidiano álcool em gel, até os sabonetes, papel higiênico e lenços de papel, principalmente os itens que aliam à sua utilidade a função antibactericida.
O fato que gerou esse resultado foi a preocupação aumentada com os cuidados com a higiene, principal forma de prevenção contra o vírus. Essa realidade rapidamente refletiu nos hábitos de consumo dos brasileiros e, até mesmo produtos já existentes no mercado ganharam novas versões e diferentes utilidades, como é o caso do álcool em gel, antes utilizado somente para limpeza doméstica. Com a alta demanda, ganhou variedade de formas, embalagens, componentes aliados (como hidratantes naturais) e até componentes irrelevantes contra o vírus, porém atrativos ao consumidor, como é o caso das fragrâncias.
Para além da proteção contra o vírus, outros produtos tiveram aumento, na seção de beleza e perfumaria. Isso ocorreu porque muitos dos itens encontrados nessas seções eram comumente comprados pelo serviço de porta em porta, vendidos em catálogos ou revistas. Porém, com o fechamento de comércios e serviços não essenciais, esta forma de aquisição perdeu ainda mais força, passando a migrar para a forma de autosserviço, isto é, quando o cliente não precisa mais de um vendedor para indicar produtos ou intermediar a venda, basta escolher o produto na prateleira do mercado, que por ter caráter essencial, não foi fechado.
Vale notar que apesar de passados mais de doze meses desde o início da pandemia, ela ainda não acabou. Muitos estados brasileiros estão em lockdown, funcionando apenas com serviços essenciais e com diversas restrições. Com os mercados ainda abertos, este se tornou o local central de compras dos brasileiros e é necessário que o setor dê conta de suprir essa demanda e que aproveite a lucratividade que este momento pode oferecer, não pelo aumento abusivo dos preços, mas sim pelo aumento natural do público que agora compra produtos de beleza, higiene e perfumaria somente em supermercado.
Por mais que seja uma migração forçada do público que agora tem que comprar os itens em um mercado ou farmácia, este é o momento perfeito para se adaptar e absorver essa demanda para que o público se fidelize mesmo após o término da pandemia. Inclusive, a expectativa da L’Oréal é de que o segmento de cuidados faciais cresça o dobro em função de fortes investimentos em mídia e em inovações que visam dar maior acesso a essa categoria.
Para que as vendas cresçam e aconteçam, é necessário observar dois pontos. O primeiro é a variedade de produtos ofertada e o segundo é a exposição destes produtos. Para aplicar a variedade adequada, lembre-se que esse público que migrou veio de uma realidade de diversas ofertas de marcas e variações de um mesmo produto. Por isso, não deixe a desejar e ofereça uma quantidade de marcas e de respectivas variações de produtos que sejam adequadas ao porte do seu negócio e ao espaço físico que possui. Se for possível, por exemplo, oferecer mais do que três marcas de sabonetes, cremes hidratantes e desodorantes, o seu cenário já se aproxima do ideal. Porém, se o seu cliente tiver que complementar suas compras com a seção de perfumaria básica de uma farmácia vizinha, existe uma incompletude no seu mix.
Quanto ao segundo ponto, sobre exposição dos itens, a regra também é considerar seu espaço físico disponível para este fim, além de levar em conta costumes do varejo para estas seções, como a utilização de iluminação entre as prateleiras e de espelhos no setor de perfumaria. Considere também expor nos PDV’s itens com maior margem e giro e, se possível, aqueles de caráter essencial neste cenário de pandemia, como é o caso do cotidiano álcool em gel e de demais itens antibactericidas.